segunda-feira, 4 de abril de 2016

Longe dos holofotes e ativa nas redes sociais, a rainha do rock intriga fãs e ex-parceiros.

 

Rita Lee anda sumida. Entrevistas estão fora de cogitação. O site da maior estrela do rock brasileiro está às moscas. O último post completou três anos. Circular por São Paulo? Ano passado, ela foi vista na abertura da exposição Velocity vs viscosity, de Antônio Lee, o filho caçula. E só.

Se o mundo real não atrai Rita, ela se joga no universo virtual, para delírio dos fãs. Sua página no Facebook beira 1,8 milhão de seguidores. No Instagram (Litaree_Real), são quase 52 mil. Ali, a roqueira mais famosa do Brasil prefere postar intervenções em fotos de Fernanda Montenegro, Dercy Gonçalves, David Bowie e Carmen Miranda.

Afinal de contas, por onde anda Rita? As opiniões de amigos e antigos parceiros divergem, aumentando a curiosidade em torno do mito. “Já, já ela volta a fazer shows”, afirma Manoel Poladian, que calcula ter empresariado cerca de 1,5 mil espetáculos de Rita e do marido, Roberto de Carvalho. Ele se refere a turnês no Brasil, Estados Unidos e na Europa.

Produtor de hits da cantora, Guto Graça Mello garante: “Ela não tem mais o desejo. Desistiu”. Entre outros sucessos, Guto produziu os discos que traziam Chega mais e Lança-perfume, clássicos do pop nacional. “Tenho uma saudade imensa de trabalhar com ela. Do bom humor que é só ela tem”, lamenta.

Guto não é o único parceiro que lamenta a ausência da estrela. Moacyr Franco conta que tem outra música para Rita. “A canção, com abordagem do que estamos vivendo, está pronta para ela ouvir”, afirma o compositor de Tudo vira bosta, outro hit da ex-Mutante.

Produtor do LP Atrás do porto tem uma cidade (1974), Marco Mazzola não esconde o desejo de revê-la. “Claro que dá sempre vontade de encontrar quem foi importante em nossa vida”, diz. Quando lançou sua autobiografia (Ouvindo estrelas), Mazzola pediu depoimentos de artistas que contribuíram para sua carreira. Rita respondeu: “Já faz tanto tempo daquele Menino bonito (uma das 10 faixas de Atrás do porto...), meu primeiro trabalho de estúdio depois que fui expulsa dos Mutantes. Um flop total. Mazzola pegou um rabo de foguete. Sua missão era salvar a tripulação maluca de uma aterrissagem desastrosa no mundo de uma lua que não existia. Outro dia, escutei o disco, depois de 35 anos, e até que não sofri muito, apesar de a rotação das músicas soar como filme de terror. Menino bonito é uma boa música, mas confesso que a gravação da Wanderléa deu um pau na minha”.
por Helvécio Carlos